Haverá sempre esperança


Em certas circunstâncias podemos entender a essência da esperança de uma forma profunda e bastante prática, e para constatar isso é bem simples: basta parar um instante, e prestar atenção às pequenas coisas ao redor, fazendo-o de maneira atenciosa.

Certa vez disse-nos o grande mestre das ciências naturais: "Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?"  

Sendo um exímio professor em suas colocações, Jesus usou das situações em seu meio para demonstrar aos discípulos a bondade que o universo guarda para suprir-nos todas as necessidades. Para que isso se desenhe no cenário presente, contudo, a semeadura exige-nos paciência e persistência nas boas - e sábias - ações, mesmo apesar dos tantos flagelos que ora enfrentamos, pois que, toda causa há de gerar um efeito, e se plantarmos coisas boas e construtivas, às colheremos também, seja aqui ou acolá.

Se é assim, a esperança, então, é um importantíssimo catalisador de reações que nos auxilia nesse processo: ela age semelhante aos bons nutrientes, que transformam-se em forças e em ações que nos farão chegar ainda mais pert o das felicidades que o universo, ou que Deus, ou que o destino deseja tão logo nos entregar. Agir neste sentido, portanto, é gerar uma causa para que o efeito benéfico aconteça ainda depois, em algum momento oportuno para a nossa experiência terrena.

Então, se explicar a causa da felicidade e das realizações terrenas e espirituais é tão simples assim, porque somos tão pessimistas ou irresponsáveis diante das desgraças? Porque simplesmente não conseguimos mudar a chave do pessimismo, para pensar, e plantar - e colher - coisas boas em nossas vidas? Essa, pois, é uma condição bastante comum aos homens de pouca fé, que por medo, ou insegurança, ou não conhecerem as leis-naturais que agora citamos, vivem imersos nas preocupações do meio em que vivem, sem entender o grande poder que guardam em si mesmos.

Veja essa outra situação curiosa, para enxergar a sabedoria-maior: Mesmo no inverno intenso onde o frio pincela um semblante sinistro às árvores, as quais já não mostram as suas folhagens coloridas e cheias de vida que tinham antes, ainda assim, elas persistem. O fato é que, as árvores ali, de tão abatidas que estão, ousamos afirmar de pé junto que a morte até carregou consigo - ou que deseja tão logo carregar -, só para plantá-las num outro jardim ainda mais belo e florido que esse nosso. Mesmo assim, aos trancos e barrancos elas persistem.

E com a sensata observação dessa luta quase dantesca, podemos entender de jeito ou outro, que mesmo naquelas árvores de aparência fúnebre que antes delegamos à morte, a vida ainda pode ressurgir esbelta e florida, tão logo, no milagre da primavera. As condições adversas sempre passam, e elas - as árvores - naturalmente sabem disso, e ao visto são mais sábias que nós mesmos, e por isso, elas persistem.

Seria isso a fé em ação, no meio natural? Se esse fôlego de vida e renovação ampara até mesmo essas espécies mais modestas em um jardim qualquer, logo, qual seria a dimensão das boas notícias que ainda surgirão para nós, após as tormentas? Quais paisagens belas nos aguardam, após plantarmos boas sementes no caminho? Será que Jesus estava errado em insinuar que somos as árvores mais preciosas desse paraíso, e que encontraremos a felicidade logo adiante, se assim desejarmos?

Com tantos milagres acontecendo dia-a-dia, quais podemos entender pela fé ou pelas leis universais, às quais estamos sujeitos, então, questiona-se o essencial: como poderíamos deixar de acreditar em dias felizes, mesmo neste cenário pandêmico? Se a primavera nos surpreende ano-após-ano, então, é sensato pensar que o inverno triste passará e que a estação da bonança surgirá, também, aos corações que sofrem. Abre às portas, e tenha esperança nisso.
 

* As informações contidas nos artigos de colunistas, não necessáriamente, expressam a opinião do Toledo News.

Felippe Mattes

Felippe Mattes Cavichioli é conhecido com o pseudônimo ‘Pietro’. Ele nasceu em junho de 1993 no bairro da Lapa, em São Paulo. Atualmente reside em Toledo e é aluno do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

No Templo Espiritual Maria Santíssima, ainda em São Paulo, Pietro descobriu a sua vocação para o ensino, através de escritos e da oratória. Desenvolveu trabalhos relacionados ao rádio, audiovisual e textos diversos, publicando poesias (Livro Relicário, Minhas Histórias -editora Delicatta) e aventurando-se na literatura relacionada ao saber espiritual.

Desde então, Pietro busca abordar os temas relacionados às ciências espirituais, explicando os fenômenos e o conteúdo moral do evangelho cristão de forma didática e simples para o dia a dia.

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