Os animais têm alma? Pensemos nisso um instante…


Foto: Toledo News

Cogitar que os animais não tenham alma me parece mais uma teoria, do que algo inquestionável e concreto. Quero dizer: no geral dizemos e aceitamos isso só para justificar muitas coisas feias que acontecem nesse mundo cruel em que estamos, e que de outra forma, nós em sã consciência não saberíamos lidar, ou explicar para os nossos filhos ou netos.

Já viram de pertinho como funciona um matadouro, por exemplo? Eu mesmo, ainda não tive essa oportunidade incrível, e apesar de adorar um bife suculento, não aguento sequer cogitar em fazer uma visitinha para um lugar assim.

Mas de que isso importa, no fim das contas? Quando a carne suculenta chega na mesa do jantar, só pelo aroma já é fácil entender que os instintos falam mais alto em busca de saciar-se, e tão logo, começamos a esmiuçar aquele corpo com toda a habilidade que temos com os talheres perfurantes e cortantes. E por isso, quem sabe, é que a proteína animal seja apenas um alimento “sagrado” para nós - um alimento que não amava, que não sentia dor, que não vimos sangrar ao morrer, e que também, sequer tem uma alma.

Mas o que é a alma, por fim, senão a essência que gerou aquela vida orgânica? Já pensaram nisso? Afirmar que a vida dos nossos irmãos menores como bem dizia Chico Xavier, não têm importância e são insignificantes aos olhos de Deus, a ponto de sua morte compensar um bel-prazer gastronômico, é o mesmo que escolher errar por conveniência e egoísmo. - Não se enganem: eu ainda sou egoísta! Sei que existem fontes de proteínas alternativas, quais já descobrimos aos montes… Mas assim mesmo, por escolha pessoal continuo a fazer do meu estômago um cemitério de bovinos, e suínos, e aves diversas, ou o que mais o churrasco de sábado poderá me prover.

Isso, por mais comum que seja, não muda a grande possibilidade de que a vida e a alma, também estão em todo lugar e assumem formas diversas - de um bovino, de um suíno, de ave, e de homem também. E se eu estiver certo em minha colocação, essa teoria não abrange só os animaizinhos, não! São também as flores, a natureza, e esse imenso planeta no qual experimentamos a vida - pois parece que tudo vive por aqui.

Certa vez disse-nos Antoine-Laurent de Lavoisier: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. E é mais ou menos por aí! Olhando os nossos irmãos menores de forma simples, assim como são as coisas de Deus, percebemos que eles não são apenas coisinhas fofas, pois eles sentem, eles choram quando sofrem, ficam felizes e esperançosos ao nos ver, e também sangram quando são machucados, sentindo medo, e a agonizante dor da morte quando esta se aproxima… Igualzinho a nós, em nossas nuances! - Mas, se nada se perde e tudo se transforma, afinal, o que vêm depois para eles?

Sobre esse dilema todo, podemos nos embasar, inclusive, no que o apóstolo João disse em sua primeira carta: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” Logo, ao lê-la, jogo-lhes a bomba: porque há bichos que entendem melhor sobre o amor, do que muitas pessoas? Será mesmo que eles não têm alma? Será mesmo que Deus não está ali, em algum lugar? Pensemos nisso um instante à mais.

* As informações contidas nos artigos de colunistas, não necessáriamente, expressam a opinião do Toledo News.

Felippe Mattes

Felippe Mattes Cavichioli é conhecido com o pseudônimo ‘Pietro’. Ele nasceu em junho de 1993 no bairro da Lapa, em São Paulo. Atualmente reside em Toledo e é aluno do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

No Templo Espiritual Maria Santíssima, ainda em São Paulo, Pietro descobriu a sua vocação para o ensino, através de escritos e da oratória. Desenvolveu trabalhos relacionados ao rádio, audiovisual e textos diversos, publicando poesias (Livro Relicário, Minhas Histórias -editora Delicatta) e aventurando-se na literatura relacionada ao saber espiritual.

Desde então, Pietro busca abordar os temas relacionados às ciências espirituais, explicando os fenômenos e o conteúdo moral do evangelho cristão de forma didática e simples para o dia a dia.

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