Ações de combate à dengue em Toledo são analisadas por comitê intersetorial


Foto: Divulgação

A sede do Centro Municipal de Controle e Endemias recebeu, na tarde desta terça-feira (9), a quinta reunião do ano do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo. Em pauta, atualização dos dados epidemiológicos referentes à dengue em âmbito municipal e estadual, proposta de novas ações de combate ao Aedes aegypti e definições relacionadas a mudanças do regimento interno, entrada de novos membros e periodicidade dos encontros. 

No começo da conversa, foram apresentados dados referentes à evolução de casos e notificações (curvas de controle) nas últimas semanas e à quantidade de consultas nos prontos-atendimentos (UPA e PAM) e na unidade sentinela da Vila Paulista. “Estamos monitorando esta situação diariamente e, ao que tudo indica, temos um quadro epidemiológico que está melhorando, com queda na procura de pacientes com dengue procurando estes serviços. Contudo, estamos percebendo o aumento de pessoas com sintomas respiratórios, razão pela qual pedimos para que a população com mais de 6 meses tome a vacina contra a Influenza, vírus que causa a gripe”, pontua a secretária da Saúde e presidente do comitê, Gabriela Kucharski. “Mesmo com a redução na demanda, ainda estamos num patamar alto. Por isso, nossa situação ainda não é muito confortável. Temos duas sorologias, tipo 1 e tipo 2, em circulação no nosso município e há cidades paranaenses com o tipo 3 presente. Devemos nos manter alertas para esta doença que já fez 21 vítimas fatais, um recorde negativo na história de Toledo”, adverte a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Toledo, Juliana Beux Konno.

Logo após, foram mencionadas ações realizadas pela SMS desde a última reunião, como a realização do segundo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LirAa) de 2024, entre 17 e 19 de abril; o início da campanha de vacinação contra a dengue, em 2 de maio, que, até o momento, já aplicou 803 doses em crianças e adolescentes com idade entre 10 anos e 14 anos, 11 meses e 29 dias; parceria com os integrantes do Grupo Escoteiro Vicentino de Toledo; e as apresentações de peça teatral alusiva ao combate à dengue no Biopark e em instituições de Educação Infantil e Ensino Fundamental. “Estamos vendo nossas crianças envolvidas no assunto, amando o teatro encenado pelos nossos agentes de endemias, que estão com toda a agenda cheia para maio, e também curtindo usar o colete do programa Agente Mirim. Traz uma esperança para o futuro, porque no presente ainda percebemos uma falta de conscientização revelada no alto índice do último LirAa. A cada chuva é preciso conferir o quintal e eliminar os focos imediatamente. Sem o apoio da população, o poder público não dá conta de enfrentar sozinho este problema”, destaca Juliana. “Sobre a vacinação, ela já está em todas as unidades da cidade e do interior. Por ter um público-alvo relativamente pequeno, o impacto da campanha ainda não será sentido neste ano epidemiológico. É só a partir de 2024/2025 que começaremos a perceber os resultados”, acrescenta a diretora.

Ainda sobre a vacinação contra a dengue, Gabriela considera boa a adesão. “Tão logo o Ministério da Saúde nos avisou que nos enviaria remessa de doses, logo treinamos as equipes, pois se trata de um novo imunizante. Considero, até o momento, um número expressivo de doses aplicadas, pois muitas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos foram às unidades de saúde, mas saíram de lá sem serem vacinadas pois haviam tido dengue há pouco tempo. Para evitar riscos, recomenda-se um intervalo de 6 meses a contar do diagnóstico da doença”, alerta a secretária. “Muitos nos questionam sobre se vamos ou não ampliar a faixa etária e a isso vai depender de orientações do Ministério da Saúde. Isso não muda o fato de que a principal forma de prevenção é combater os focos do Aedes, pois sem mosquito não tem doença uma vez que a dengue não é transmitida de pessoa para pessoa”, salienta.

Recursos

“A saúde não tem preço, mas tem custo”. A partir desta frase, a secretária da Saúde discorreu, de forma sucinta, sobre os esforços extras empreendidos para o tratamento de pessoas que procuraram os serviços mantidos pelo município.

Além dos recursos disponibilizados pelo município e via transferências ordinárias dos governos estadual e federal, Toledo está em busca de mais recursos para suprir as necessidades. Uma das possibilidades é por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, que reconheceu a situação de emergência por “doenças infecciosas virais” em Toledo e mais seis municípios paranaenses: Barracão, Cruzeiro do Iguaçu, Goioerê, Morretes, Pato Branco e Vera Cruz do Oeste. “Tivemos gastos altíssimos para comprar insumos, contratar profissionais via PSS [Processo Seletivo Simplificado] e pagar horas extras. Com tantos recursos e tantas vidas envolvidas, estamos tomando decisões com técnica e responsabilidade, levando em conta que sociedade civil e órgãos de controle estão de olho em tudo que estamos fazendo. Em saúde não cabe politização”, sublinha.

Meio Ambiente

O vice-presidente do comitê e secretário do Meio Ambiente, Junior Henrique Pinto, apresentou brevemente os resultados de um estudo de gravimetria iniciado em 2022. “A partir destes dados, estratificados por bairro, é possível avaliar se os cidadãos estão sabendo destinar corretamente os resíduos orgânicos e recicláveis. Cerca de 25% do que vai para o aterro sanitário é lixo que poderia ser reaproveitado. Embora seja uma média menor que a do Brasil [33%], devemos trabalhar para reduzir este índice, que, somados a outros, contribui para evitar o aparecimento de focos do Aedes aegypti”, analisa.

Junior também falou das realizações recentes do Meio Ambiente. “Colocamos para funcionar o Ecoponto no Santa Clara, que veio para contribuir com o  Ecoponto no Coopagro, que agora atende em horário estendido; a maior Unidade de Valorização de Recicláveis (UVR) do Paraná no Aterro Sanitário Municipal, que está passando por adequações que serão entregues em breve. Neste cenário, fizemos a troca dos amarelinhos e iniciamos o serviço de coleta domiciliar de materiais volumosos, que, desde sua implantação, em março, já recolheu 161 toneladas em 812 endereços, percorrendo 5.592 quilômetros”, descreve. 

Regimento Interno

Outro ponto abordado durante o encontro foi o regimento interno do comitê, que passará por alterações. Entidades, empresas e órgãos públicos cujos representantes indicados nada ou pouco participaram das reuniões serão substituídos por outras organizações que se juntaram às discussões nos últimos meses.

Os mandatos dos representantes suplentes das comissões técnica e de mobilização passarão a ter mesma validade que a dos titulares: 2 anos, podendo ser prorrogado uma vez por igual período. Os mecanismos de afastamentos de entidades do colegiado serão alterados, da mesma forma que as nomenclaturas dos cargos cujos titulares integram a comissão técnica.

Por fim, ficou decidido que a periodicidade dos encontros do comitê segue sendo mensal por mais uma vez, voltando a ser bimestral a partir do próximo encontro. Este ficou marcado para o dia 11 de junho (terça-feira), às 14h, no Centro Municipal de Controle e Endemias.

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