Polícia Civil conclui inquérito sobre explosão em silo de milho; três indiciados por homicídio culposo e lesão corporal


Foto: RIC TV Oeste

Após uma investigação meticulosa, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) anunciou nesta segunda-feira (25) os resultados do inquérito sobre a explosão ocorrida no silo de milho da Cooperativa C.Vale, em Palotina-PR, que resultou na morte de 10 pessoas e ferimentos em outras 10, em julho de 2023.

Durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Palotina, o delegado responsável pelo caso informou que três indivíduos foram indiciados por homicídio culposo e lesão corporal. Entre os indiciados estão o gerente da unidade, o gerente da medicina do trabalho e um analista operacional da cooperativa. Eles podem enfrentar até quatro anos e meio de prisão, segundo a legislação vigente.

A causa apontada para a explosão foi o acúmulo excessivo de poeira dentro do silo. Segundo o relatório policial, foram encontradas duas pás no local, que possivelmente geraram a faísca responsável pelo acidente. Embora não seja proibido o acesso com pás ao local, os indiciados tinham conhecimento dos riscos envolvidos. Relatórios de técnicos de segurança do trabalho desde 2022 alertavam para a necessidade de manutenção na gestão da poeira, porém, nenhuma ação foi tomada.

O inquérito revelou também que em fevereiro de 2023, durante uma manutenção na parte elétrica das máquinas, algumas peças foram retiradas e não foram devidamente recolocadas. Mesmo com a recomendação de paralisação das atividades para correção dos problemas, as operações não foram interrompidas devido à demanda da safra. Essa negligência acabou contribuindo para o cenário que culminou na explosão.

Além disso, a legislação exige que a limpeza dos túneis e equipamentos seja feita com os mesmos desligados, no entanto, durante os depoimentos, ficou evidente que as práticas adotadas na cooperativa desrespeitavam essa norma, principalmente durante períodos de alta demanda, como na safra.

Mais de 50 pessoas foram ouvidas durante a investigação, que resultou em um volumoso inquérito com quase 2 mil páginas, agora encaminhado ao Ministério Público para as próximas etapas legais.

Receba Notícias no seu WhatsApp!
Participe do grupo do Toledo News
Últimas notícias