Colelitíase: a famosa pedra na vesícula; clique e saiba mais detalhes


Foto: Toledo News

Colelitíase, pedra na vesícula, cálculos biliares, litíase biliar, todos esses termos são sinônimos para a presença de pedras no interior da vesícula biliar (um pequeno órgão com a forma de um saco e localizada próximo ao fígado). A bile é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, sendo ela composta por água, eletrólitos e solutos orgânicos, dentre eles: sais biliares, pigmentos biliares, colesterol e fosfolipídios. A bile tem como função digerir as gorduras e auxiliar na absorção de nutrientes como as vitaminas A, D, E e K.

A causa para o desenvolvimento de cálculos biliares é o aumento de colesterol ou de bilirrubinato de cálcio acima de sua solubilidade na bile, acarretando na formação de pequenos grânulos e consequentemente iniciando a formação dos cálculos. Eles podem ser de dois tipos: cálculos de colesterol e pigmentares, podem ser únicos indo até milhares, que vão desde cálculos menores que 01 cm a cálculos maiores que 10 cm.

No Brasil, de acordo com Coelho et al., a prevalência de colelitíase é de 09,30% em indivíduos com mais de 20 anos de idade, ou seja, estima-se que mais 10 milhões de brasileiros com mais de 20 anos de idade apresentem litíase biliar. Existem ainda fatores de risco associados ao aumento na incidência da colelitíase: sexo feminino, idade avançada, histórico familiar, obesidade, fator racial, perda rápida de peso, hiperlipidemias (elevadas concentrações de gorduras no sangue), diabetes mellitus (elevada glicose no sangue), fatores dietéticos, medicações e cirrose hepática (inflamação crônica no fígado).

A maioria dos pacientes que possuem colelitíase (80,00-85,00%) são assintomáticos, já os pacientes que apresentam sintomas, dentre eles, a cólica biliar é a mais importante e frequente, sendo a dor caracterizada pelo aparecimento rápido, de forte intensidade e de duração que varia de 30 minutos a poucas horas, localiza-se sempre no hipocôndrio direito ou epigástrio (andar superior do abdome, na região central e quadrante superior direito) e pode irradiar para as costas. A dor frequentemente é acompanhada de náuseas, vômitos e mal estar. O conceito de que dor geralmente é desencadeada por uma refeição volumosa e gordurosa é mito.

Existem algumas complicações referentes aos cálculos biliares, dentre eles destacam-se a cólica biliar, colecistite aguda (inflamação na vesícula biliar), coledocolitíase (migração do cálculo para o colédoco), colangite (infecção dos canais biliares por bactérias após a obstrução) e pancreatite biliar (inflamação do pâncreas devido a migração do cálculo junto com a bile para o intestino, podendo obstruir este ducto causando retenção do suco pancreático).

O diagnóstico é feito com ultrassonografia, sendo o exame padrão ouro para a detecção de cálculos na vesícula biliar apresentando sensibilidade e especificidade de 95,00%, já a tomografia computadorizada e ressonância magnética são alternativas para as complicações da colelitíase.

O tratamento desta enfermidade em pacientes que apresentam sintomas relacionados à litíase biliar é cirúrgico, já pacientes com cálculos assintomáticos deve-se analisar todas as variáveis para que possa se decidir ou não pela cirurgia. O tratamento standard é a cirurgia videolaparoscópica, porém, ainda temos a cirurgia convencional ou a robótica como alternativas.

* As informações contidas nos artigos de colunistas, não necessáriamente, expressam a opinião do Toledo News.

Dr. Leandro Faé

Dr. Leandro Faé
CRM – PR 36.049

CLÍNICA ENDOGASTRO TOLEDO
Cirurgia Geral pelo Hospital Felício Rocho – BH/MG
Endoscopia Digestiva pela Faculdade Suprema – JF/MG
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