Projeto-piloto na UBS Jardim Maracanã é exposto durante evento em Brasília

As estratégias adotadas pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Maracanã, em Toledo, no cuidado a pessoas com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus foram apresentadas na 3ª Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde, realizada entre segunda e terça-feira (15 e 16), em Brasília. O relato desta experiência integrou a programação do evento, que ocorreu de forma híbrida (online e presencial) e foi promovido paralelamente ao 1º Encontro Internacional de Promoção da Saúde.
O trabalho, intitulado “Organização territorial e cuidado estratificado: a experiência da UBS Maracanã no atendimento às pessoas com hipertensão e diabetes”, foi apresentado pela gerente da unidade, a enfermeira Janaína Ultado Dutra. A autoria do projeto-piloto é compartilhada com o médico Felipe Vetorello Barbosa e a agente comunitária de saúde Elaine Aparecida da Silva, todos integrantes da Equipe de Atenção Primária (EAP) que atua na UBS do Maracanã.
A apresentação ocorreu no formato de pôster, no início da tarde de segunda-feira (15), com mediação de Dorival Pereira dos Santos Junior, psicólogo e especialista em projetos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) no Hospital Israelita Albert Einstein. Janaína falou para uma plateia formada por profissionais de saúde de diferentes regiões do Brasil e também de países de língua portuguesa.
O evento foi realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil e organizado de forma conjunta pelo Hospital Israelita Albert Einstein, pelo Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, pela Umane, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e pelo Ministério da Saúde. A participação presencial foi restrita a palestrantes, autores de trabalhos aprovados para apresentação presencial e convidados, com passagens aéreas e hospedagem custeadas pela organização.
Objetivos e resultados
A gerente da UBS Jardim Maracanã observa que a conferência teve como eixo central o planejamento e a planificação da Atenção Primária à Saúde, em consonância com o novo modelo de financiamento e os indicadores recentemente incorporados às políticas públicas do setor. “Foi um encontro muito voltado à organização do cuidado, à ampliação do acesso dos usuários e ao fortalecimento dos princípios de unidade e equidade”, observa Janaína. “A ideia é garantir uma assistência edificadora, que melhore os indicadores de saúde e assegure qualidade e resolutividade no atendimento”, completa.
O pôster apresentado reuniu um relato sintético da implantação de um fluxo assistencial qualificado para o atendimento de pessoas com hipertensão e diabetes, baseado na estratificação de risco, agenda programada e consultas ampliadas. O modelo, respaldado por auditoria e gestão institucional, resultou em melhora da adesão terapêutica, aumento da resolutividade e avanço nos indicadores clínicos acompanhados pela equipe.
Ao detalhar a experiência, Janaína – que também é gerente da UBS da Vila Industrial – explica que o trabalho é um projeto-piloto voltado às condições crônicas, desenvolvido a partir da reorganização do fluxo assistencial da unidade. “Começamos com uma agenda programada, identificação dos pacientes no prontuário eletrônico e consultas com tempo ampliado, que permitem a estratificação de risco cardiovascular, de diabetes e, no caso dos idosos, a aplicação do IVCF-20 [Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional]”, descreve. “Os resultados iniciais foram muito positivos, o que nos motivou a inscrever o trabalho e compartilhar aquilo que a unidade vem construindo”, ressalta.
Como resultados práticos, o fluxo estruturado permitiu ampliar o tempo de consulta para 30 minutos, organizar os atendimentos por faixa etária, fortalecer os papéis da equipe de atenção primária (incluindo profissionais administrativos, agentes comunitários de saúde, médicos e equipe de enfermagem) e otimizar a agenda de consultas. Em seis meses, estima-se o acompanhamento de 1.152 usuários, o que corresponde a 46% do público-alvo da unidade, com melhora nos indicadores relacionados às doenças crônicas e maior adesão ao tratamento.
Intercâmbio e reconhecimento
Para a gerente, a participação no evento também teve impacto formativo e permitiu situar a experiência de Toledo em um contexto mais amplo. “Foi uma experiência muito rica, que possibilitou conhecer realidades diferentes, trocar aprendizados e refletir sobre outras formas de organização do cuidado”, observa. “Na média, Toledo está em um patamar muito bom, e o trabalho da UBS Jardim Maracanã recebeu muitos elogios durante a conferência”, relata.
Além da experiência apresentada por Toledo, o Paraná contou com outros 174 trabalhos inscritos e aprovados pela organização do evento, oriundos de todas as macrorregionais de saúde do estado. As iniciativas envolveram ações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e experiências desenvolvidas em vários municípios, como Irati, Ivaiporã, Londrina, Mallet, Paulo Frontin, Ponta Grossa, Rolândia e União da Vitória.















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