Vereadores de situação pedem suspensão dos subsídios de Dudu Barbosa e Valdomiro Bozó

Na última quarta-feira, dia 06 de agosto, um grupo de 10 vereadores da base governista da Câmara Municipal de Toledo protocolou um ofício junto à presidência da Casa solicitando a imediata suspensão do pagamento dos subsídios aos vereadores Edmilson Dias Barbosa, o Dudu Barbosa (MDB), e Valdomiro Nunes Ferreira, o Bozó (PL). Ambos foram afastados de suas funções legislativas por 180 dias, por decisão da 1ª Vara Criminal de Toledo, em decorrência de uma denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) por corrupção passiva.
O pedido é assinado pelos vereadores Professor Oseias, Chumbinho Silva, Valtencir Careca, Odir Zoia, Luiz Fritzen (todos do Progressistas), Bruno Radunz e Ricardo Santos (Republicanos), Marcos Zanetti (Cidadania), Jairo Cerbarro (Democracia Cristã), Genivaldo Jesus (PSD). Os demais parlamentares não assinaram o documento.
No documento endereçado ao presidente Gabriel Baierle (União Brasil), os parlamentares argumentam que o pagamento de subsídios a agentes políticos está condicionado ao exercício efetivo do mandato, e que, em casos de afastamento judicial, como o que recai sobre Dudu Barbosa e Bozó, a remuneração deve ser suspensa, sob risco de prejuízo aos cofres públicos. O ofício cita jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e orientações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), que respaldam a suspensão de salários em situações semelhantes.
“É indevido o pagamento de subsídio a agente político afastado de suas funções por decisão judicial que o impeça de exercer plenamente o mandato”, diz trecho da consulta de Nº 733422/16 do TCE-PR, mencionada no ofício. Os vereadores ainda ressaltam que a manutenção do pagamento, nas atuais circunstâncias, pode configurar dano ao erário e ofensa aos princípios da moralidade, legalidade e economicidade.
Entenda o caso
O afastamento de Dudu Barbosa e Bozó foi formalizado no Ato de Nº 14/2025, publicado pela Mesa Diretora da Câmara no dia 05 de agosto. A medida atende a um pedido cautelar do MPPR, baseado em uma denúncia que acusa os dois parlamentares de solicitarem propina no valor de R$ 300 mil a representantes de uma empresa do setor de energia renovável. O suposto pagamento seria exigido como condição para a aprovação de um projeto de lei que tratava da regularização de servidão administrativa, necessária à implantação de uma Central de Geração Hidrelétrica (CGH) no Rio São Francisco, na Estrada da Usina, em Toledo.
A denúncia, recebida pela Justiça, sustenta que o pedido de vantagem indevida ocorreu em 31 de outubro de 2024. O caso tramita sob sigilo na 1ª Vara Criminal de Toledo, sob o número 0008332-36.2025.8.16.0170. Em nota oficial, a Câmara de Toledo afirmou que adotou todas as medidas legais e regimentais para cumprir a decisão judicial e reafirmou o seu compromisso com a legalidade, a transparência e o interesse público.
Suplência indefinida
Até o momento, a presidência da Câmara não se manifestou oficialmente sobre a convocação dos suplentes. No caso do MDB, o primeiro suplente é o Professor Genário, que já ocupa temporariamente uma cadeira desde o dia 04 de agosto, devido à licença da vereadora Professora Marli. Caso sua permanência se estenda, o segundo suplente, Beto Scain, poderá ser convocado. Para a vaga de Bozó, o primeiro suplente é o ex-vereador Geraldo Weisheimer.
Posicionamento dos investigados
Tanto Dudu Barbosa quanto Valdomiro Bozó negam qualquer envolvimento em atos ilícitos e alegam que ainda não foram notificados formalmente sobre a denúncia.
Em nota à imprensa, Dudu afirmou não ter praticado o ato em investigação. “Reitero, de forma categórica, que não tentei nem pratiquei qualquer dos atos mencionados nas matérias jornalísticas. Tenho plena confiança na Justiça e estou à disposição para colaborar com o esclarecimento integral dos fatos”.
Bozó também se manifestou, dizendo que "não cometeu nada de errado" e que desde 2021 buscava uma solução para a situação envolvendo a empresa denunciada, a qual, segundo ele, teria descumprido compromissos assumidos em Audiência Pública. “Com certeza, em breve, a justiça será feita”, declarou.
Ao final de sua nota, Bozó agradeceu os 1.331 votos recebidos nas eleições de 2024 e garantiu que continuará honrando a confiança dos seus eleitores.




















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