Apendicite aguda sempre exige cirurgia, fique atento


Foto: Toledo News

O apêndice é um pequeno órgão adjacente ao intestino grosso, medindo entre cinco a 10 cm, localizado na porção inferior do abdome, do lado direito. Sua função é polêmica, uma vez que é possível viver perfeitamente bem sem ele. O apêndice tem a função de servir de depósito de bactérias boas que auxiliam na digestão, além disso, possui células que produzem anticorpos e ajudam na defesa do organismo contra infecções. Atualmente é considerada uma função apenas residual quando comparado aos nossos antepassados, onde o estoque de bactérias boas do apêndice ajudava as pessoas a recuperarem a flora intestinal após um episódio severo de diarreia, por exemplo. Hoje em dia já conseguimos suprir estas faltas de outras formas. Ou seja, o apêndice tem sua função, mas ela é apenas complementar, permitindo que uma pessoa viva sem nenhum tipo de complicação com a sua ausência.

Segundo Thomas P. Ruedi a apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo (dor abdominal) na criança, no adolescente e no adulto jovem. O risco de um indivíduo apresentar apendicite aguda durante a vida inteira é de 07,00% e pode ocorrer em todas as idades com um pico na segunda década de vida, sendo uma das causas mais comuns de cirurgias de emergência no mundo.

A apendicite ocorre pela obstrução da luz do apêndice (parte interna), causando sua inflamação e as causas dessa obstrução são: fecalitos (fezes endurecidas), restos alimentares (sementes e fibras vegetais), vermes e as neoplasias do apêndice.  Quando isso ocorre há uma distensão apêndice e ocasiona sua obstrução venosa, aparecendo um edema e consequentemente há proliferação de bactérias no órgão, após isso, acentua-se o processo inflamatório levando a isquemia do apêndice e a necrose, ocasionando a perfuração do apêndice.

A dor abdominal é o sintoma mais importante e sua apresentação típica caracteriza-se por dor contínua, inicialmente de moderada intensidade, encontrada na região do umbigo ou no canto inferior direito do abdome. Outros sintomas que também podem acompanhar a apendicite são: náuseas, vômitos, perda de apetite, diarréia e/ou constipação, já a febre é um sintoma pouco comum na apendicite inicial.

O diagnóstico da apendicite é feito com uma boa coleta da história clínica e um exame físico bem detalhado, caso ainda haja dúvidas no diagnóstico podemos lançar mão de exames laboratoriais (exames de sangue e urina), ultrassom de abdome, tomografia de abdome, entre outros.

Uma vez diagnosticado apendicite, o tratamento é majoritariamente cirúrgico quer seja por videolaparoscopia ou a técnica convencional (aberta), que consiste na remoção completa do apêndice, esta cirurgia é chamada de apendicectomia. A complicação mais temida por nós cirurgiões e pela população em geral é a chamada apendicite supurada (estourada), liberando fezes e pus na cavidade abdominal, resultando numa infecção generalizada. Portanto, esteja atento aos primeiros sinais de inflamação e dor abdominal e não hesite em procurar um médico.

Doutor. Leandro Faé

CRM – PR 36.049

Clínia Endogastro Toledo 

Cirurgia Geral pelo Hospital Felício Rocho – Belo Horizonte-MG

Endoscopia Digestiva pela Faculdade Suprema – Juiz de Fora-MG

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Dr. Leandro Faé

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CRM – PR 36.049

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