A Salvação está bem perto de nós


Foto: Toledo News

Neste domingo 27 de novembro, a Igreja inicia o novo Ano Litúrgico com a celebração do 1º Domingo do Advento. Diferentemente do ano civil, com o Tempo do Advento, a Liturgia da Igreja inicia um “ano novo” onde nossa vida de fé é marcada e ritmada pela celebração do Mistério de Deus. O ciclo das leituras bíblicas dominicais corresponde ao Ano A, no conjunto, vamos acompanhar os passos de Jesus pelo evangelista Mateus.

O Advento é o período de quatro semanas que antecede o Natal, é tempo de espera e de preparo espiritual para rememorar e celebrar a vinda do menino Jesus, a vinda do Deus criança, do Deus humilde humano que se faz homem para nos salvar. É o tempo reservado para parar e refletir, meditar, cantar e recontar a história do nascimento do menino Jesus. Tempo para intensificar a leitura e a meditação da Palavra de Deus e a penitência.

O texto do Evangelho que vamos refletir neste domingo é carregado de ameaças em uma linguagem dura e dramática. Tudo isso porque o discurso é elaborado no estilo apocalíptico que pode causar até certo medo. Mas a mensagem é sempre de esperança e exortação para despertar nos discípulos a necessidade de colocar sua confiança naquilo que não passa. Jesus chama a atenção da comunidade para uma atitude de espera autêntica. “Ficai atentos!” “Ficai preparados”! A salvação está chegando, precisamos estar atentos à Palavra enviado, Jesus o Filho de Deus.

Esta época do ano é marcada pela correria, falta de tempo para organizar tudo e neste momento somos advertidos a mudar a rota de nossas vidas, buscar a conversão, rever nossas atitudes e começar tudo de novo partindo da preparação para a chegada do Menino-Deus. Talvez porque precisamos também de parar e pensar no dia do nosso encontro definitivo com Deus onde deveremos prestar contas do que fizemos com nossas vidas, principalmente na dimensão do amor a Deus e ao próximo. O ser humano tem nas próprias mãos a salvação ou a condenação. Aí está a razão porque o Evangelho conclui com um apelo à vigilância.

Para Mateus, a vinda do Senhor é certa, embora ninguém saiba o dia nem a hora (cf. Mt 24,36); aos fiéis resta estar vigilantes, preparados e ativos. No tempo de Noé o povo não ouviu os apelos de conversão, todos estavam preocupados apenas em gozar a vida de maneira descomprometida. Quando o dilúvio chegou, apanhou-os de surpresa e despreparados.

O exemplo do dono de uma casa que adormece e deixa que a sua casa seja saqueada pelo ladrão é uma chamada de atenção para que fixemos nosso olhar naquilo que mais importante. O Advento é tempo de vigilância e espera. Ninguém pode adormecer, pois tal atitude pode levá-lo a perder a oportunidade de encontrar o Senhor que vem.

Enfim a atitude fundamental é permanecer sempre vigilantes, atentos, preparados para acolher a chegada de Deus através do menino Jesus. Não se pode perder esta oportunidade e nem mesmo se deixar distrair com os bens deste mundo. Os bens devem ser usados para a construção de pontes de partilha e inclusão, eles não podem nos escravizar, Deus nos criou como senhores do universo e somos nós que devemos saber escolher e não viver obcecado por eles e nem mesmo fazer deles nossa
prioridade fundamental. Vigilância e trabalho de discernimento, ativos na missão, seguindo os passos de Jesus Cristo.

Dom João Carlos Seneme, css
Bispo de Toledo

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Dom João Carlos Seneme

Dom João Carlos Seneme é bispo da Diocese de Toledo. Novos conteúdos são publicados semanalmente.

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