Edson dá adeus, mas o Pelé é eterno para o futebol e a cultura brasileira


Foto: Toledo News

Edson Arantes do Nascimento, o ‘Pelé’ faleceu na última quinta-feira, 29 de dezembro de 2022 e foi enterrado na terça-feira, 03 de janeiro de 2023. O Edson se despede deste mundo físico, mas o Pelé é eterno!

Essa frase parece clichê, porém é muito verdadeira, pois Pelé transformou tudo no futebol e fez o Brasil ser conhecido por esse esporte. Se hoje somos o país do futebol e a maior Seleção do Mundo, isso se deve ao Rei.

Vai muito além do futebol, é algo simbólico e transformador. O maior e para muitos também o melhor jogador de todos os tempos tem feitos incríveis e a Copa do Mundo é o ápice de sua grandiosidade.

Entre 1930 e 2022 aproximadamente 450 jogadores foram campeões mundiais e apenas 20 venceram duas Copas do Mundo, divididos entre italianos em 1934 e 1938 e brasileiros entre 1958 e 1962 e depois entre 1994 e 2002, mas somente Pelé venceu três Copas, o que é enorme.

Em 1958, Pelé tinha apenas 17 anos e começou como reserva. Virou titular durante a Copa e marcou um gol nas quartas, três nas semifinais e mais dois na grande final. Foram seis gols e o primeiro título Mundial do Brasil, ali nascia uma lenda e o futebol brasileiro começava a se transformar no maior do mundo.

Na Copa de 1962 Pelé marcou na estreia, mas se machucou logo no segundo jogo e viu Garrincha assumir a responsabilidade e conduzir o Brasil a mais um título. 

Em 1966 Pelé voltou a marcar no primeiro jogo contra a Bulgária, no entanto o Brasil foi mal e foi eliminado ainda na fase de grupos.

Quatro anos mais tarde veio a Copa de 1970 e o grande recital do Rei e de um esquadrão inesquecível. Pelé fez quatro gols naquele Mundial, um deles em uma cabeçada sensacional na final contra a Itália, jogo do emblemático passe para o gol de Carlos Alberto Torres.

Naquela Copa até os lances que não terminaram em gol foram emblemáticos. Teve o quase gol do meio campo contra a Tchecoslováquia, a defesaça incrível do inglês Gordon Banks em uma cabeçada linda de Pelé e o drible de corpo magistral para cima do goleiro uruguaio Mazurkievski, que terminou em uma finalização para fora. Tudo sublime.

Na Seleção Pelé foi Rei, mas também foi magestade no Santos com 10 títulos Paulistas, quatro conquistas do Rio-São Paulo, seis Brasileiros, duas Libertadores e dois Mundiais, ele simplesmente assombrou o mundo e fez 1.091 gols pelo clube do Litoral Paulista.

Os mais de 1.000 gols são contestados, pois muitos foram em amistosos, algo frequente naquela época, tempo em que o Santos excursionou por todo o Brasil e também por várias partes do mundo. Pelé foi visto em vários lugares e desfilou o seu grande futebol em partidas que para aquela circunstância tinham seu valor.

Se alguns gols e marcas são contestadas, existe algo que não dá para contestar, Pelé foi inovador no seu jogo. Ele mostrou que era possível colocar a bola entre as pernas do rival, dava para gingar, fintar, dar chapéu, lambreta e inúmeros dribles. Foi ele que trouxe muito do futebol que conhecemos hoje, com grande força física, maior intensidade que os adversários e ótimas valências, como qualidade para bater com as duas pernas, cabecear, driblar, dar assistências e marcar gols. Pelé fazia de tudo e era completo!

Pelé fechou estabelecimentos na Copa de 1970, quem não lembra do famoso cartaz ‘Hoje não trabalhamos. Vamos ver Pelé’. As pessoas pararam para ver Pelé jogar, os soldados deixaram guerras civis no Zaire (atual República Democrática do Congo) e Nigéria em 1969 de lado por ele e toda essa magnitude em uma época sem internet, redes sociais e globalização.

Pelé virou adjetivo. Quando falamos do Pelé, da música, do basquete, da medicina, do cinema ou de várias outras profissões. Isso tudo é lendário e ficará vivo para sempre!

A quem diga que Messi é o melhor da história e isso é fato para os barcelonistas, como para os madridistas esse nome é Distefano e para muitos argentinos o maior é o de Maradona. Se você faz parte desses que entende que outro foi o melhor de todos os tempos, está tudo bem, até porque isso é muito de sua vivência e da experiência que você tem com o jogo e daqui para frente ainda veremos outros e em cada época serão levantados nomes.

Este colunista, por exemplo, começou a acompanhar o futebol no início dos anos 2000 e tudo que vi de Lionel Messi é muito impactante e é memória e faz parte de muitos momentos felizes da minha vida. O que precisamos respeitar é a história de cada um, o que cada pessoa vivenciou ao acompanhar o jogo e os seus ídolos, mas acima de tudo devemos respeitar a trajetória de grandes nomes, em especial o do eterno Pelé!

Para fechar esta coluna deixo mais uma frase clichê. Melhor do que ler este texto, seria ter assistido o filme do Pelé! 

* As informações contidas nos artigos de colunistas, não necessáriamente, expressam a opinião do Toledo News.

Kelvin Polasso

Kelvin Polasso é jornalista, formado em 2018 no Campus de Toledo do Centro Universitário FAG. Atualmente cursa marketing no Centro Universitário Uningá. No momento atua na área jornalística e tem experiência na cobertura de eventos esportivos em Toledo e no Paraná. Kelvin não esconde o seu amor, paixão e entusiasmo quando fala sobre esporte e também deixa evidente que torce pelo Grêmio, mas podem ficar tranquilos que quando houver alguma análise a sua ‘alma castelhana’ não irá pesar.

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