Ficai firmes e fortalecei vossos corações, o Senhor está próximo


Foto: Toledo News

O terceiro Domingo do Advento é considerado o Domingo da Alegria. Na primeira leitura, o profeta Isaías faz um autêntico “hino à alegria”, destinado a despertar a esperança e a revitalizar o ânimo dos exilados. Qual a razão dessa alegria? É que Deus “está aí para fazer justiça”. Ele vai intervir na história, vai salvar Judá do cativeiro, vai abrir uma estrada no deserto para que o seu Povo possa regressar triunfante em Sião: “Alegrem-se o deserto e a terra seca... Dizei aos aflitos: Coragem! Nada de medo! Aí está o vosso Deus, ele vem para salvar”. É justamente este o significado do nome Jesus: Deus salva.

As atitudes de Jesus desconcertam até João Batista que também aguarda a vinda do Messias, o ungido do Senhor, aquele que há de vir para salvar e redimir. João está na prisão e envia alguns de seus discípulos para saber se Jesus é o Messias aguardado. João esperava o Messias como um juiz escatológico, armado de pá e fogo, como aponta a Sagrada Escritura. As notícias que recebe falam de um Jesus, homem bom, acolhedor, disposto a perdoar.

Jesus responde primeiramente sobre sua pessoa e missão: relata os milagres que realiza; os cegos recuperam a vista; os paralíticos andam, seguindo as profecias antigas como já foi relatado pelo profeta Isaías. A realização destas profecias confirma sua missão. A resposta de Jesus a João é suficiente para que este reconheça que a salvação chegou hoje através de Jesus pelas suas palavras e ações. Ou seja, Jesus é o Messias, não é preciso esperar outro. Por onde Jesus passa a vida vai sendo restaurada!

Agora é a vez de Jesus falar de João. Jesus elogia o modo de ser de João: não é um homem poderoso e cheio de prestígio. A grandeza de João Batista está na força da sua palavra. As pessoas que se orientam pelas aparências são questionadas. Ele é mais que um profeta, é ele quem prepara o caminho do Messias.

Jesus inaugura um novo modo de ser profeta: Ele não é um juiz com um machado na mão, que vem fazer justiça a um mundo perverso. Quem tem fé em Deus sempre é desafiado a ir “além”. Crer significa dar crédito a um Deus que se manifesta além das expectativas humanas.
 

Neste sentido o discurso sobre a espera se torna mais comprometido. A paciência cristã não é sinônimo de resignação diante dos acontecimentos, mas é uma etapa árdua que implica em ir além dos nossos estreitos horizontes. A paciência é a capacidade de entender que alguns acontecimentos críticos de nossa vida têm o poder de nos conduzir em outras direções, muitas vezes escondidas a nossa imaginação, mas não à sabedoria de Deus que tudo reconduz ao seu designo de amor.

A Igreja no Brasil realiza anualmente a Campanha para a Evangelização (CE). Ela foi instituída pelos bispos em 1997 e realizada pela primeira vez em 1998, com o objetivo de despertar nos fiéis o compromisso evangelizador e a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil.

A Campanha para a Evangelização (CE) 2022 tem como tema “Evangelizar: graça e missão que se dá no encontro”. Assim, queremos reavivar os quatro pilares da ação evangelizadora — Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária — propostos pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE, 2019-2023). Desta forma, espera-se dos cristãos católicos a tomada de consciência de que não existe evangelização sem encontro interpessoal.
 

Neste final de semana 10 e 11 de dezembro, em todas as paróquias e comunidades cristãs católicas, acontecerá a coleta para a evangelização sinalizando nosso compromisso comunitário com a evangelização.

Dom João Carlos Seneme, css
Bispo de Toledo

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Dom João Carlos Seneme

Dom João Carlos Seneme é bispo da Diocese de Toledo. Novos conteúdos são publicados semanalmente.

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