Grupo Pátria vence leilão do Lote 5; Toledo terá impacto direto com nova praça de pedágio


Foto: Divulgação - AEN
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O Grupo Pátria, por meio da Reune Rodovias Holding II S/A, venceu o leilão do Lote 05 das Rodovias Integradas do Paraná na B3, em São Paulo-SP, com deságio de 23,83% sobre a tarifa básica de pedágio. Pelo modelo de concessão, como o desconto superou 18,00%, a concessionária fará ainda aporte adicional de R$ 399,40 milhões para investimentos futuros. O pacote abrange 432,70 km nas regiões Oeste e Noroeste, conectando eixos estratégicos como Maringá, Campo Mourão, Cascavel, Guaíra e Toledo, que volta ao centro do debate viário regional.

Para os próximos 30 anos, o contrato prevê R$ 06,70 bilhões em obras e melhorias e R$ 05,20 bilhões em despesas operacionais. A previsão é de que o ciclo principal das intervenções ocorra entre o 3º e o 7º ano, período em que serão executadas as maiores obras estruturantes. Entre elas, 238,50 km de duplicações (com destaque para a BR-163, entre Marechal Cândido Rondon e Guaíra, e a BR-369, entre Campo Mourão e Cascavel), 19,90 km de marginais, 03,70 km do contorno de Guaíra, 51 interseções em desnível, 17 retornos e rotatórias, cinco passarelas, seis obras de arte especiais e 12 km de ciclovias, além de um ponto de parada e descanso. O projeto inclui ainda recuperação integral de pavimentos e tecnologia de segurança: detecção automática de incidentes, CFTV, PMVs e pesagem em movimento. O atendimento ao usuário será modernizado com 10 bases operacionais, ambulâncias de APH, guinchos leves e pesados, caminhões-pipa e viaturas de inspeção.

O que muda para Toledo

Embora não haja anúncio de obras de grande porte dentro do perímetro urbano, Toledo é diretamente atravessada por trechos que receberão modernizações, especialmente nas ligações pela BR-163 e BR-467, rotas vitais para deslocamentos diários, escoamento agroindustrial e acesso a serviços regionais. O edital também prevê uma nova praça de pedágio entre Toledo e Cascavel, no distrito de Sede Alvorada, com operação estimada para 2027. A medida vem sendo alvo de ampla mobilização social: entidades empresariais, lideranças políticas, representantes do setor produtivo e moradores têm manifestado preocupação com o alto fluxo diário entre os dois municípios e os custos adicionais para trabalho, estudo e atendimentos de saúde, além do impacto na competitividade da cadeia agroindustrial que utiliza intensamente a BR-163.

Tarifas, benefícios e geração de empregos

Com o deságio obtido, o governo estadual projeta tarifas até 34,00% mais baixas do que as que vigorariam se o antigo contrato ainda estivesse ativo. Motocicletas serão isentas, usuários com tag terão 05,00% de desconto e haverá reduções progressivas por uso frequente (DUF). As tarifas finais ainda serão definidas; o teto referencial do edital é de R$ 0,17911 por 100 km (pista simples) e R$ 0,25075 por 100 km (pista dupla). A concessão estima 96,70 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando 16 municípios atravessados, entre eles Toledo, Cascavel, Quatro Pontes, Marechal Cândido Rondon e Guaíra.

Declarações e contexto do programa

O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) classificou o resultado como “vitória histórica”, ressaltando a combinação de transparência, obras e preço justo. Segundo ele, apenas no primeiro ano dos novos contratos o Paraná soma R$ 2 bilhões em obras em andamento, valor equivalente ao que, no passado, demandava vários anos. O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, afirmou que os seis lotes asseguraram menores preços e previsibilidade, projetando “muita obra” daqui em diante. Já o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o leilão do último lote “vira a página” de um período crítico e inaugura um novo momento para a logística paranaense.

Com a conclusão do Lote 05, o Paraná consolida o maior programa rodoviário da América Latina. Os Lotes 01 e 02 estão em operação desde janeiro de 2024, geridos por Pátria e EPR; em abril, começaram os contratos dos Lotes 03 e 06 (Motiva e EPR); e, na semana passada, o Lote 04 foi arrematado pela EPR. O programa foi estruturado a partir de estudos da EPL e do IFC (Banco Mundial), aprovados pelo Ministério dos Transportes e pelo TCU, e tornou-se referência nacional por equilibrar segurança jurídica, atratividade ao investimento e tarifas menores.

Para Toledo, o desafio imediato será acompanhar a implantação das melhorias e cobrar a execução do cronograma, ao mesmo tempo em que o município e sua sociedade organizada continuarão debatendo mitigações e contrapartidas relacionadas à nova praça de pedágio no corredor entre Toledo e Cascavel. Entre os ganhos esperados, estão segurança viária, fluidez logística e previsibilidade de investimentos, fatores decisivos para a economia local e regional.

Com informações da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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