Em Toledo, trabalhadores reivindicam direitos após empresa entrar em recuperação judicial

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Aproximadamente 20 trabalhadores demitidos recentemente pelo Frigorífico Rainha da Paz realizaram um protesto no início da manhã desta quarta-feira (19), na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Toledo, no Jardim Panorama. Os manifestantes foram recebidos pela direção da entidade e pela assessoria jurídica, que prestaram esclarecimentos sobre a situação após o fechamento das atividades da empresa no município.

Os trabalhadores relatam que aguardam, desde a última semana, o pagamento da multa rescisória de 40,00% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), prometida pela empresa. No entanto, segundo eles, o prazo estabelecido não foi cumprido, o que motivou a mobilização. “A empresa disse que acertaria com a gente até sexta-feira passada, que a multa seria depositada até meia-noite. Já passou e nada foi feito”, afirmou Aparecido do Nascimento, um dos demitidos. Ele destacou que muitos trabalhadores dependem do valor para pagar aluguel, contas e alimentação, e criticou a falta de comunicação da empresa. “Mandamos mensagem, ninguém responde. Não entramos mais nos grupos. Fomos deixados de lado”, relatou.

O vice-presidente do Sindicato da Alimentação, Natanael Leopoldino de Oliveira, explicou que existia um acordo firmado com a empresa prevendo o pagamento parcelado das verbas rescisórias e o depósito da multa de 40,00% do FGTS. A empresa responsável pela unidade em Toledo teria assumido também compromissos deixados pela antiga administração (Frigorífico Bolson). No entanto, segundo ele, o acordo foi descumprido. “A empresa não pagou a multa e deixou mais de 150 pais de família desamparados. Muitos têm aluguel, água, luz, financiamento, pensão. O trabalhador cumpre a sua parte, mas agora fica sem garantia nenhuma”, declarou.

Diante da quebra do acordo, Natanael afirmou que o Sindicato deve acionar judicialmente a empresa. Pelo documento firmado, o descumprimento de qualquer cláusula prevê multa de 20,00% sobre o valor total devido aos trabalhadores. O sindicato pretende executar judicialmente o montante caso a empresa não regularize a situação.
O assessor jurídico da entidade, Fabrício Natal Poder, detalhou que o problema se agravou após a empresa encerrar as atividades em Toledo devido à falta de capacidade para adquirir suínos para abate. Ele explicou que, após negociações, trabalhadores, empresa e sindicato optaram pela rescisão dos contratos, com pagamento parcelado da rescisão e liberação do FGTS. Parte desse acordo teria sido cumprida, mas não a multa de 40,00%, item essencial para que os trabalhadores possam movimentar o benefício na Caixa Econômica. “Sem a multa, não é possível encaminhar nada na Caixa. O sindicato já notificou a empresa e, caso o prazo não seja cumprido, ingressará com execução judicial”, afirmou.
Fabrício reforçou que o Sindicato vem prestando apoio contínuo aos trabalhadores, tanto jurídico quanto assistencial, e seguirá acompanhando o caso até que as obrigações sejam cumpridas. “A multa está prevista no acordo coletivo e será cobrada judicialmente, além das outras sanções aplicáveis”, concluiu.
Os trabalhadores aguardam agora um posicionamento oficial da empresa, enquanto o sindicato prepara as próximas medidas legais.
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