Câmara discute criação da Rota de Turismo de Toledo e estratégias para fortalecer o setor


Foto: Hiury Pereira - Câmara de Vereadores de Toledo
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A Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Câmara de Toledo mantém sua atuação para o progresso do turismo. Na 21ª Reunião da Comissão, na tarde de quarta-feira (12), os vereadores Bruno Radunz (Republicanos), Jairo Cerbarro (DC) e Ricardo Santos (Republicanos) repercutiram um encontro ocorrido na semana passada, com o objetivo de identificar demandas e oportunidades que possam ser trabalhadas pelo poder público e pela sociedade civil organizada.

Na última sexta-feira (07), os vereadores Bruno Radunz e Jairo Cerbarro receberam representantes da Agência Regional de Desenvolvimento Turístico do Oeste do Paraná (Adetur); o secretário Thiago D’Arisbo (Desenvolvimento Econômico e Turismo); o coordenador de Eventos e Turismo, Edson Mandotti; e Carla Maria Schmidt, professora e pesquisadora da Unioeste. Assessores parlamentares também acompanharam a discussão. Na conversa, na Sala de Reuniões da Câmara, os parlamentares ouviram as partes envolvidas na construção do turismo, para que Toledo possa explorar plenamente todo o potencial que possui no setor.

Instância de governança regional do turismo, reconhecida pela Secretaria de Turismo do Paraná e pelo Ministério do Turismo, a Adetur Riquezas do Oeste trabalha em uma área que abrange 32 municípios. O trabalho da Agência tem dois polos indutores: Cascavel e Toledo. Kátia Lys, secretária executiva, explicou como funciona a atuação. “O turismo rural é um dos segmentos do turismo, mas a gente não consegue separar o turismo rural dos outros turismos que a gente tem. Quando o turista vem para o seu município, a princípio, ele não vem para o turismo rural. Ele vem se hospedar a trabalho. Essa é a identidade da nossa região. Nós temos que fazer a captação desse turista, para que ele permaneça mais tempo dentro da nossa cidade. Essa captação é através da oferta [...] A gente precisa trabalhar em rede. O trabalho da Adetur é fazer funcionar o programa de regionalização do turismo. O turista não é uma pessoa que está andando dentro da cidade, um morador. O turista vem de fora. Para atrair esse turista que vem de fora, eu preciso oferecer o meu trabalho, o meu empreendimento, fora. Só esse ano, foram ofertadas 35 feiras de negócio para que os nossos associados levassem o seu produto e oferecessem para o turista”, informou.

O estímulo à participação do empreendedor em eventos é uma das frentes de atuação. “Até a metade do ano passado, nós da Adetur íamos sozinhos. Íamos para feira com mais de dez caixas de produtos. Nós mesmos oferecendo a propriedade dos nossos associados, mas não é a mesma coisa. Quando eu ofereço a minha propriedade, eu coloco o meu coração naquele produto”. A representante da Agência relatou que empreendedores que foram até as feiras conseguiram ainda mais sucesso na captação de consumidores – que podem se tornar futuros visitantes. A presença dos associados nesses eventos é essencial. Kátia destacou dois eventos imprescindíveis para o turismo: o Festival Internacional de Turismo Cataratas (FIT Cataratas), em junho, e a Expo Turismo, em março. Os encontros – realizados em Foz do Iguaçu e Curitiba, respectivamente – reúnem operadoras internacionais de turismo, agentes de viagem e guias de turismo. “São eles que vão vender o que temos aqui”, relatou.  

Jairo Cerbarro citou que os integrantes da Comissão de Desenvolvimento Sustentável têm como objetivo auxiliar na criação da “Rota do Turismo de Toledo”, com o retrato da cidade sede, com o apontamento de todos os locais de interesse para turistas. As representantes afirmaram que a Adetur pode auxiliar na captação de recursos – com emendas parlamentares e diretamente com o Ministério do Turismo – para a execução do projeto. A criação de rotas é uma das funções da Agência, segundo a secretária executiva. “Para criar uma rota, eu preciso de vários empreendimentos próximos, para que possa pegar um grupo e levar, tudo pertinho um do outro”, disse. Para a criação da rota, a legalização e a autorização de locais privados de turismo devem estar em dia.

A professora Carla Maria Schmidt acredita que a cooperação é o caminho. Pesquisadora com estudos sobre a criação de valor para a cadeia produtiva do vinho no Vale dos Vinhedos e o impacto no turismo, a docente disse que “não tem outra forma de você alcançar um patamar parecido com o Vale dos Vinhedos, ou outras rotas turísticas, sem ser via cooperação”. Com cerca de 15 participantes envolvidas, a profissional é responsável pelo “Empoderando Mulheres do Campo: Capacitação Para Gestão e Liderança em Empreendimentos de Turismo Rural Sustentável”. Schmidt utilizou o exemplo da iniciativa da Unioeste para ilustrar a sua crença no desenvolvimento de propostas como a citada por Jairo Cerbarro, em âmbito local. “Apesar de, nesse momento, a gente não ter essa lógica de rota, em termos de proximidade geográfica, pois o Município é muito grande (...) mesmo nesse cenário, elas são reais. Não estamos falando aqui de um sonho. Alguns a gente viu nascer. Elas criaram quiosques, elas criaram propriedades voltadas para camping, elas estão sendo premiadas no queijo. São reais. Não é um sonho, não é um delírio, não é uma ilusão. Essa ‘rota’, mesmo que a gente não chame de rota, como vocês quiserem. A pessoa chega ali na boca do Vale e a primeira que coisa que vê é um portal, com uma associação lá criada que se chama pro Vale. A pessoa vai chegar lá e dizer ‘isso aqui tem isso tudo pra fazer’. Tem um mundo aqui (...) hoje, aqui, a pessoa se hospeda no turismo rural. Já tem chalés prontos com dois pisos recebendo turistas. A gente capacitou para o atendimento, gestão e marketing digital. A gente só precisa olhar para isso”, afirmou. Para mais detalhes, acesse.

O secretário Thiago D’Arisbo citou um plano da pasta que está em desenvolvimento para o setor, com o objetivo de ampliar o acesso e o conhecimento sobre os empreendimentos e estabelecimentos turísticos. “Nós temos discutido internamente uma proposta de solução que estamos desenvolvendo de forma muito incipiente. Já existiram estudos, diagnósticos, de atrativos turísticos bastante abrangentes no passado. Nós estamos retomando, agora, para colocá-los em uma plataforma de acesso público, que seja uma plataforma inteligente. Para que possa fazer filtros por período, por segmento turístico, por corte turístico, para que possa trazer informações que já estão em domínio público [...] para que qualquer pessoa que tenha na sua agenda uma passagem por Toledo, de onde quer que esteja, possa acessar e ver, naquela janela de tempo, o que está disponível lá. É algo de baixo custo, que beneficia todos os setores do turismo na cidade – seja rural ou seja urbano”. Josi Daiane Borelli, presidente da Adetur Riquezas do Oeste, elogiou a medida. “É uma das principais demandas. Quantas pessoas em Toledo não sabem o que tem pra fazer em Toledo? Vão achar em que lugar essa informação? Uma das demandas do Núcleo realmente foi essa. Fico imensamente feliz que vai acontecer”, comentou.  

O secretário mencionou, como outro exemplo de medida efetiva, o cadastramento inclusivo de eventos no calendário do Município. “Todos estão querendo colocar seus eventos lá. Existe, inclusive, um link para acessar no GoogleForms, ele coloca todas as informações e o evento é cadastrado”. A ferramenta citada pelo secretário está disponível no link: https://www.toledo.pr.gov.br/agenda.

Bruno Radunz classificou a reunião como um momento de integração e fortalecimento coletivo, com destaque à importância do diálogo entre os diferentes setores envolvidos no tema. “Essa união de forças é muito importante. A gente organizou essa reunião para ouvir as partes. Foi importante esse contato. Nós temos um sonho. Que o camarada chegue aqui em Toledo, venha no hotel e chegue no QRCode lá na parede: ‘onde eu poderia jantar sem ser nos restaurantes normais?’ Tem a queijaria, tem jantar, tem almoço. Vê quantos quilômetros dá. Independente de CNPJ, a localização existe ali. Esse foi o princípio que norteou esse nosso trabalho de buscar as falas, os contatos. Queremos dar condições para as pessoas. A partir do momento que as pessoas verem que está funcionando, você pode ter certeza, é assim que a coisa começa”, concluiu o presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável.

Além do encontro, a Câmara de Toledo aprovou, em julho, um projeto para trazer estímulos ao turismo rural. O Projeto de Lei n° 86/2025, de autoria dos vereadores Jairo Cerbarro e Bruno Radunz, acrescentou dispositivos na legislação que “Dispõe sobre a concessão de incentivos para a implementação do setor de turismo no Município de Toledo” (Lei de N° 1.790/1996). Entre outras previsões, os complementos à Lei incentivam a diversificação econômica de propriedades rurais por meio do turismo, promovem a capacitação de empreendedores/trabalhadores do setor rural e estimulam a regularização dos empreendimentos, assim como fomentam a criação e a divulgação de roteiros turísticos integrados. A proposta foi promulgada na forma da Lei Ordinária “G” de N° 2.963/2025.

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