Comitê planeja ações de combate à dengue em Toledo nos próximos meses


Foto: Divulgação
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O Centro Municipal de Controle e Endemias recebeu, na tarde desta quinta-feira (6), a quinta reunião de 2025 do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus. Representantes do poder público, da sociedade civil organizada e da iniciativa privada analisaram o cenário epidemiológico local e definiram prioridades para prevenção e resposta às arboviroses nos próximos meses.

O diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Junior Palma, apresentou um panorama com base no comportamento do canal endêmico no qual os casos prováveis e confirmados estão dentro da média histórica para esta época do ano. Entre 29 de dezembro de 2024 e 31 de outubro deste ano, Toledo registrou 1.175 casos confirmados de dengue, além de 5.268 notificações descartadas e 211 exames ainda pendentes de resultado.

Duas mortes foram confirmadas no período. A febre chikungunya também segue no radar: 16 casos positivos foram contabilizados até agora, entre 43 notificações, das quais 25 foram descartadas.

Atividades e vacina

Também foram apresentadas 12 atividades educativas de combate à dengue realizadas em escolas, empresas, órgãos públicos e eventos em agosto, setembro e outubro, reforçando orientações de eliminação de criadouros. No feriado de Finados, por exemplo, agentes de combate a endemias (ACE) intensificaram as visitas a cemitérios – locais estratégicos já inspecionados a cada 15 dias – e orientaram supermercados a comercializarem vasos com furos, para escoamento de água e redução de focos do Aedes aegypti.

Servidores do Setor de Controle e Combate a Endemias participaram recentemente de uma formação em segurança para trabalho em altura, com base na Norma Regulamentadora (NR) nº 35, necessária para intervenções em caixas d’água, por exemplo – suprindo demanda antiga dos ACE. A terceira turma será concluída nesta semana.

Na frente de imunização, entre 2 de maio de 2024 e 6 de novembro de 2025, foram aplicadas 7.653 doses da vacina contra dengue em adolescentes de 10 a 14 anos (4.750 primeiras doses e 2.903 segundas doses).

Ovitrampas e “Dia D”

O uso de ovitrampas foi outro destaque. Implantadas desde a primeira quinzena de agosto, elas atraem fêmeas do Aedes aegypti para deposição de ovos em lâminas de eucatex. As coletas periódicas das 280 unidades instaladas até agora alimentam uma plataforma federal que gera mapas de calor e indica áreas com maior circulação do mosquito.

A tecnologia, incorporada às recomendações do Ministério da Saúde, oferece maior precisão que o Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). A SMS concluiu nesta semana o sexto e último LIRAa de 2025; os resultados serão divulgados nos próximos dias.

O diretor de Vigilância em Saúde comentou que o uso das ovitrampas começa a mostrar impacto direto na capacidade de antecipação e resposta do município. “O trabalho ficou mais eficiente, tanto para informar a população quanto para orientar o controle pela Vigilância em Saúde”, observa, ao destacar que o monitoramento permite agir antes do aumento de casos. “O mapa de calor aponta as áreas com maior positividade de ovos, ajudando a definir onde concentrar operações de bloqueio”, acrescenta, lembrando que os avanços também resultam em maior agilidade no manejo de pacientes notificados, conforme protocolo vigente.

Membros do comitê foram convidados a participar do “Dia D de Combate à Dengue”, que será realizado neste sábado (08), das 08h00 às 12h00, com ações de divulgação e oferta de serviços de saúde na Praça Willy Barth e no Terminal Urbano da Grande Pioneira. O Serviço Social do Comércio (Sesc-PR) e o Colégio Estadual Dario Vellozo confirmaram participação.

Novidades

Na estrutura operacional, o município recebeu novos aparelhos a serem usados nos bloqueios químicos. Outra novidade diz respeito às “Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas: Vigilância entomológica e controle vetorial”, tema de capacitação macrorregional realizada recentemente em Cascavel, com técnicos das cinco Regionais de Saúde do Oeste e Sudoeste e de municípios de sua área de abrangência.

O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 20ª Regional de Saúde, Felipe Hofstaetter Zanini, explica que as novas diretrizes nacionais redefinem rotinas e tornam as ações de campo mais objetivas. “O uso de ovitrampas reduz a necessidade de realizar o LIRAa para apenas duas vezes por ano, diminuindo a carga operacional sem prejuízo ao monitoramento”, constata. “Há também um novo entendimento sobre os horários de uso dos inseticidas e sobre a territorialização dos agentes – ajustes que ampliam a eficiência do trabalho em toda a rede”, analisa.

O coordenador do Setor de Controle e Combate a Endemias, Antônio José de Sousa de Moraes, explicou sobre os critérios para realização das operações bloqueio. “As ações serão definidas conforme a quantidade de ovos encontrados e o surgimento de novos registros. Aliás, em outubro, não teve nenhum caso confirmado, algo que não ocorria há bastante tempo”, observa, ao destacar o impacto imediato da nova metodologia.

A próxima reunião do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus ficou marcada para 22 de janeiro de 2026, às 14h00, no Centro Municipal de Controle e Endemias. Caso haja aumento repentino de casos, uma reunião extraordinária poderá ser convocada antes desta data.

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